Monday, January 14, 2008

UMA INVASORA COLORIDA

Expansão de uma aranha exótica

Em 1922, a aranha-vespa (Argiope bruennichi), proveniente do Mediterrâneo, foi descoberta na Inglaterra. Ela vive na costa sul da ilha, onde o clima é suficientemente ameno para assegurar sua sobrevivência. Atualmente, esta situação está mudando. A espécie está se expandindo, avançando rapidamente para o norte, sobre ecossistemas diferentes de sua origem. Muitos conservacionistas acreditam que esta expansão se deve ao clima mais quente que a ilha apresenta desde a década de 70. Segundo cientistas que estudam as mudanças climáticas, um dos resultados do aquecimento global será o surgimento de novas doenças e espécies tropicais, como insetos, em regiões antes não ocupadas por eles.

CONSUMO PERIGOSO

Espécies asiáticas ameaçadas

A Ásia é um continente fascinante, com imensa diversidade cultural e biológica. Uma informação recente fornecida pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a INTERPOL demonstrou que a Ásia também é um paraíso para o comércio comercio ilegal de vida selvagem, um negócio que move cerca de 20 billhões de dólares anuais. Esta prática gera um impacto arrasador: cinco espécies asiáticas de ursos correm risco de extinção. Estes animais são caçados para a preparação de infusões com supostas propriedades curativas. Os tigres podem ter um destino parecido. Sua pele é altamente valorizada, sua carne é considerada um manjar e seus ossos são utilizados na medicina tradicional chinesa. Enquanto houver oferta, as populações vão continuar diminuindo.

PARQUES INEFICIENTES

Áreas protegidas não cumprem seu papel

Um estudo publicado no Jornal Africano de Ecologia afirma que os parques nacionais africanos estão mal-equipados para garantir a conservação. As populações de mamíferos grandes, especialmente de antílopes, começaram a diminuir tanto fora como dentro delas. Entre os motivos estão a caça furtiva,a pressão de uma ampla variedade de atividades humanas e a crescente concentração de populações que evitam as famosas migrações maciças que ocorrem em certas estações do ano. A solução não é fácil. Segundo os cientistas, é preciso repensar o modelo de reserva “isolada”, para incluir mudanças como o uso da terra com políticas de exploração sustentável. Se não forem oferecidas alternativas viáveis para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, segundo eles, a população pode acabar invadindo e saqueando os parques nacionais.

A VOLTA DA DEUSA DO YANG-TSÉ

Golfinho considerado extinto é avistado

O baiji (Lipotes vexillifer) é uma espécie de golfinho que vive exclusivamente no rio Yang-Tsé, na China. Com pouco mais de dois metros de comprimento, ele é conhecido localmente como “a deusa do Yang-Tsé”. Em dezembro de 2006, foi declarado oficialmente extinto. Mas parece que a “deusa do Yang-Tsé”, que é bem semelhante ao boto amazônico, voltou. A agência oficial de notícias chinesa divulgou que um exemplar foi avistado recentemente. A Academia Nacional de Ciências analisou um vídeo confirmando que o “animal grande e branco”, que um homem havia filmado por acaso, pertencia a esta espécie. Parece que ainda há esperanças.

BALEIAS E GOLFINHOS

Explicações para o sonar

Segundo vários biólogos da Universidade de Berkeley, na Califórnia, as baleias e os golfinhos desenvolveram seu sonar para localizar com precisão algumas de suas presas, como as lulas. Como as lulas costumam permanecer em águas profundas e escuras durante o dia e subir à superfície à noite, os cetáceos se viram obrigados a desenvolver o sonar para capturar as presas que não podiam ver. Segundo os pesquisadores, assim como os morcegos utilizam um sistema de radar para perseguir os insetos, a habilidade dos cetáceos evoluiu de acordo com o comportamento de suas presas. Desta forma, espécies como o cachalote (Physeter macrocephalus) e as lulas gigantes (Architeuthis spp) teriam uma profunda conexão evolutiva.

ALIANÇA COM AS BACTÉRIAS

Para combatir a Salmonella

Os alimentos pró-bióticos são aqueles que contêm microorganismos vivos benéficos para o nosso corpo. É o caso das bactérias que consumimos em muitos iogurtes. Cientistas do Reino Unido anunciaram que eles também pode combater a doença causada pela Salmonella (salmonelose). A Salmonella é uma entero-bactéria presente nos porcos que afeta os seres humanos após a ingestão de carne infectada. Pesquisadores da Agência de Laboratórios Veterinários do Reino Unido mostraram resultados de experimentos apoiando esta afirmação. Os pró-bióticos poderiam ser bons substitutos dos antibióticos utilizados na alimentação dos animais de granja, proibidos recentemente pela União Européia.

A ONU EM AÇÃO

Um plano contra a desertificação

Representantes de quase 200 países se reuniram na Convenção para Combater a Desertificação, organizada pelas Nações Unidas. Esta convenção apresentou um plano de 10 anos que defende a preservação das formas de vida e o sustento de milhões de pessoas que sofrem com este problema. Devido às mudanças climáticas, a desertificação se tornou um dos maiores desafios da nossa era. E a tendência dos eventos meteorológicos só acentua seu desenvolvimento. Aproximadamente um quarto da superfície terrestre e 1/6 da população mundial sofrem os efeitos deste fenômeno. Apesar de existir uma sensibilidade maior em relação aos temas ambientais, especialmente pelas espécies ameaçadas, a perda da fertilidade dos solos não costuma despertar a mesma preocupação. O solo é um recurso do qual dependem os demais seres vivos. Sem ele, é impossível a sobrevivência de plantas e animais silvestres. A diminuição de solos férteis também gera grande impacto na produção de alimentos.

ÁREAS PROTEGIDAS INSATISFATÓRIAS

Avaliação de Parques Nacionais

A organização não-governamental Vitalis realizou uma avaliação de oito parques nacionais venezuelanos. A avaliação analisou 43 parques nacionais venezuelanos, e os resultados são preocupantes. As oito áreas protegidas estudadas não puderam ser incluídas dentro da categoria “verde” ou “satisfatória”, devido ao descumprimento de seus objetivos de conservação. Elas foram classificadas na categoria “amarela”, o que representa sua situação preocupante. A avaliação incluiu entrevistas com especialistas e funcionários. Eles afirmam que os parques enfrentam problemas como invasão de espécies, desmatamento, caça ilegal e mineração, entre outros. O governo deve destinar mais recursos para equipar as áreas protegidas, trabalhando com outras instituições e setores da sociedade.

MADEIRA DE LEI

Nova Lei de Florestas

Depois de oito anos de pressão e do trabalho de grupos ambientalistas, o governo hondurenho aprovou a Lei de Florestas em setembro de 2007. A aprovação desta nova lei é um grande passo para a conservação dos recursos florestais do país. Segundo os especialistas, é a primeira vez que a sanção de uma lei dá lugar a uma ampla participação do povo e dos governos locais. Prestes a ser aprovada, vinte e três organismos municipais em quatro das dezoito províncias do país começaram a estudar as medidas mais acertadas para a implementação da lei. Sem dúvida, é alentador que países com níveis preocupantes de pobreza comecem a identificar novas formas de gerar riqueza conservando seu capital natural.

REUNIÕES PARA PROTEÇÃO DOS PARQUES

Congresso sobre áreas protegidas

Uma vez a cada dez anos, realiza-se o Congresso Latino-americano de Parques Nacionais e Áreas Protegidas. Este evento é um dos principais fóruns a reunir especialistas, políticos e ativistas da América Latina para discutir os problemas, planos, deficiências e desenvolvimento de estratégias para o futuro da conservação no continente. Em 2007, este congresso foi realizado em Bariloche, na Argentina. Participaram mais de mil especialistas, que além de abordar a situação das áreas protegidas, destacaram sua preocupação com o avanço do desmatamento na região. O comentário mais alarmante veio de alguns delegados europeus. Eles afirmaram que, diferentemente do Velho Mundo, a maior riqueza da América Latina são seus recursos naturais, mas apesar de parecer abundante em comparação com os países europeus, essa riqueza é erroneamente vista como inesgotável pelos governantes locais. É urgente estimular uma política para que estes recursos sejam utilizados de forma planejada e sustentável.