Monday, December 3, 2007

UMA BOA IDÉIA

2008: Ano da Rã

O famoso naturalista David Attenborough e vários grupos conservacionistas de todo o mundo reunidos em Budapeste, Hungria, declararam 2008 como o “Ano da Rã”. Foi o marco de uma campanha mundial destinada a salvar os anfíbios da extinção. As rãs, salamandras e sapos foram considerados os animais mais vulneráveis às mudanças climáticas. Por este motivo, o naturalista afirmou que "centenas de espécies destas maravilhosas criaturas poderiam ser extintas durante o curso de nossa própria vida sem um esforço imediato e constante ". Seria a extinção maciça mais importante depois dos dinossauros. Provavelmente, serão necessários vários anos de esforço para evitar que isso ocorra.

UMA PROPOSTA SURPRENDENTE

Uma curiosa terapia planetária

Chris Rapley e James Lovelock (conhecido cientista, autor de “Hipótese Gaia”) propõem utilizar os oceanos para reduzir a concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Os dois especialistas defendem a mistura entre águas profundas, ricas em nutrientes, com as águas superficiais, por meio de grandes tubos. O processo funcionaria com o um fertilizante natural, as algas cresceriam e necessitariam de mais dióxido de carbono, que por sua vez geraria sulfureto de metilo, indispensável para a formação das nuvens que refletem a luz solar. No entanto, é preciso levar em conta as conseqüências da acidificação do oceano. Poderá a Terra curar-se sozinha?

UM DESAFIO PARA A CONSERVAÇÃO

Algas versus corais

O recife de coral da Baía Culebra, no noroeste da Costa Rica, está à mercê de uma alga denominada Caulerpa sertularioides. Sua proliferação foi causada pelo tratamento inadequado de águas residuais e dos fertilizantes provenientes dos campos de golf de um complexo hoteleiro próximo. Esta alga bloqueia a luz do sol, acabando com a vida dos belos corais da região, uma das atrações mais visitadas do país. Os especialistas afirmam que 80% do local está recoberto pela alga, que se propaga com extraordinária facilidade. O problema constitui um grande desafio para o governo da Costa Rica, já que o turismo depende das riquezas naturais do país.

MAIS ESTUDOS

ANTÁRTIDA

Una iniciativa belga no Pólo Sul

A Antártida abrigará a primeira estação científica belga, que utilizará energias renováveis sem emitir dióxido de carbono. Esta estação, batizada como “Princesa Elisabeth”, estudará as mudanças climáticas. A estação foi projetada para suportar temperaturas extremas e ventos fortes, e está localizada em Nunatak Utsteinen, a 71º de latitude Sur e 23º de longitude Leste. O interessante é que o sol e o vento fornecem cerca de 95% da energia do complexo, que utilizará um mecanismo passivo de calefação para reciclar o calor gerado. A temperatura no interior será de 18 a 20º C. A água virá da neve do entorno, que será recolhida e derretida. Uma vez utilizada, será reciclada novamente. É uma verdadeira estação modelo.

APELO AOS ZOOLÓGICOS

Anfíbios em perigo

Os animais mais vulneráveis às mudanças climátiacs em seu ambiente são os anfíbios. Rãs, sapos e salamandras são vistos pelos ecologistas como “termômetros” do ambiente. Estas espécies são as primeiras a sofrer as conseqüências das alterações em seu habitat. A União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN) calcula que 1.856 espécies de anfíbios, de um total de 5.743, estão ameaçadas de extinção. Por isso, a Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) propõe, de forma urgente, que a comunidade de parques zoológicos e aquários desempenhe um papel ativo para salvar as espécies em risco de extinção. Segundo a WAZA, metade das espécies de anfíbios poderia desaparecer nas próximas décadas como resultado de perda de seus ecossistemas e das mudanças climáticas.

O SEXO DOS RÉPTEIS

Somente um sexo?

O aumento da temperatura também acabará com os répteis, já que ela interfere na reprodução e determina o sexo das crias. Se ela continuar aumentando, corre-se o risco de que todas nasçam com um mesmo sexo. Por exemplo, quando a temperatura alcança os 29,4º C, saem apenas tartarugas fêmeas ou crocodilos machos dos ovos. Se a temperatura dos ninhos chega a 30º C, a situação piora: os ovos de ambas as espécies endurecem e não nasce nenhum animal. Este fenômeno já foi comprovado durante os intensos verões dos últimos cinco anos em Playa Ostional (Costa Rica), quando milhares de tartarugas puseram seus ovos na praia, mas nenhum ovo foi chocado.

AQUECIMENTO GLOBAL E ALIMENTAÇÃO

ÁSIA

China abrigará 1,5 bilhão de habitantes

Até 2030, a China abrigará 1,5 bilhão de habitantes. O consumo de cereais aumentará de forma notável e é provável que o país não seja capaz de se auto-abastecer. As mudanças climáticas encurtarão o período de crescimento de alguns cereais, e suas sementes não terão tempo suficiente para amadurecer. Presume-se que isso implicaria no aparecimento de novos tipos de insetos que sobreviveriam com maior facilidade ao inverno (com o aumento das temperaturas, o calor aceleraria a evaporação da água subterrânea em cerca de 7%). Para cobrir estas perdas, seria necessário incrementar a produção agrícola em cem milhões de toneladas de cereais, mas é provável que não haja terra suficiente, e que a demanda obrigue muitos países a substituir ecossistemas naturais por campos agrícolas. Apesar da China ser um dos países mais extensos do planeta, somente 13% de sua superfície é cultivável.

COSTA VULNERÁVEL

Os corais e o calor

Segundo uma análise do Centro de Pesquisas de Ciências do Mar e Limnologia (Cimar) da Universidade de Costa Rica, um aumento de apenas dois graus na temperatura do mar poderia provocar a morte da maioria dos recifes de coral. Quando a temperatura do mar se eleva, a água se torna mais “ácida”, matando as algas que necessitam dos corais para respirar e viver. Atualmente, os pequenos corais já vivem na temperatura máxima tolerável (28º C). Se ela continuar aumentando, entre 50% e 82% dos corais poderiam morrer em um futuro não muito distante. Esta situação seria prejudicial para a vida marinha, a costa e o homem. Com a perda dos corais, as costas ficam mais vulneráveis aos furacões.

BOAS NOVAS SOBRE FLORESTA PERUANA

Selvas e bosques intactos

Um estudo recentemente publicado afirmou que, diferentemente do Brasil, as selvas do Peru parecem não ter sofrido danos significativos. O estudo, baseado em análise de imagens de satélites, revela que entre 1999 e 2005 o desflorestamento diminuiu, e atribui este êxito aos esforços das autoridades peruanas. O Peru conta com uma superfície de selva tropical equivalente à França. Em 2001, o governo designou 31% deste território para a “produção permanente de recursos". E em 2005, destinou uma região do tamanho de Honduras para a produção madeireira de longo prazo. Mas nem tudo são flores: o estudo também revela o aumento da destruição de bosques tropicais, provocado pelo acesso proporcionado por novas estradas.

GOLFINHOS COM POUCA SORTE

Olhos usados como amuleto

Uma associação ambientalista brasileira revelou uma prática cruel durante a caça indiscriminada de golfinhos com o auxílio de uma câmera oculta. Depois de um árduo trabalho para obter a confiança dos caçadores, os ecologistas conseguiram obter imagens que mostram golfinhos sendo capturados unicamente para a extração de seus olhos. Eles são vendidos como amuletos de boa sorte, e o mercado ilegal os comercializa por apenas 50 centavos de dólar. A melhor forma de acabar com esta prática desumana é educar a população para desencorajar a compra destes “amuletos”.